Djalma Montenegro de Farias
Nascido no dia 09 de outubro de 1900, em Recife, filho de conceituado educador, prof. Delmiro Sérgio de Farias e sra. Maria Leopoldina Montenegro de Farias, contraiu matrimônio em 22/12/1928 com a sra. Dulce Lira de Farias. Desse casamento não houve filhos.
Fez os estudos preparatórios no Ginásio Pernambucano, atual Colégio Estadual de Pernambuco e colou grau de professor aos 20 anos, pela Escola Normal Oficial. Foi professor da Escola de Agronomia. Cursou o 1° ano da Faculdade de Medicina, não tendo concluído o curso devido ao desaparecimento de seu pai, assim como pelo seu estado de saúde.
Djalma Farias ingressou na Prefeitura do Recife, por concurso, alcançando a primeira colocação. Possuindo o título de contador, graças aos seus esforços e conhecimentos, chegou ao cargo de contador dessa repartição. Na gestão do prefeito Dr. Novais Filho, desempenhou, em comissão, o cargo de diretor da Fazenda e, quando da renúncia do prof. José dos Anjos, exerceu, interinamente, a função de prefeito da Capital.
Era sócio efetivo da Associação de Imprensa de Pernambuco. Maçon, fez parte da Loja "Segredo e Amor da Ordem", onde foi vice-tesoureiro, Venerável e Orador.
Convertido à Doutrina Espírita muito jovem, dedicou-se ao estudo do Espiritismo com tal valor que dentro em pouco iniciava o seu apostolado na tribuna e na Imprensa.
Espírita perquiridor, estudioso, fez uma apreciável cultura geral, adentrando-se na arte de bem escrever, tendo ocupado com realce uma cadeira do Cenáculo Pernambucano de Letras.
Realizou conferências em outros Estados e sua voz era acatada na Federação Espírita Brasileira.
Colaborou na revista `A Verdade", editada pela Federação Espírita Pernambucana; manteve uma coluna espírita no jornal Diário da Noite e a revista "Reformador" sempre contou com sua preciosa cooperação. Foi, ainda, colaborador assíduo da Imprensa "Vida Espírita", no Diário da Noite, do Recife.
Foi presidente do Instituto Espírita João Evangelista e da Federação Espírita Pernambucana, fundando em 23/10/1947 a Comissão Estadual de Espiritismo, CEE, da qual foi o seu primeiro presidente.
Foi também um dos fundadores da Casa dos Espíritas de Pernambuco. Aderiu em todos os sentidos ao célebre "Pacto Áureo" de 05/10/1949. Dias após, em visita à Liga Espírita do Brasil, posteriormente Liga Espírita do Estado da Guanabara e hoje Federação Espírita do Rio de Janeiro - proferiu também uma vibrante palestra, em meio a qual perdeu a voz - era o espectro da moléstia que o advertia da sua imprudência, mas, num esforço extraordinário, conseguiu imprimir forças à matéria que não mais podia acompanhar a eloqüência do seu verbo. Finalizou, contudo, essa sua alocução, que seria a última proferida por esse íntegro apóstolo do Espiritismo, entre aplausos da assistência.
Membro da "Liga Estadual Prol Estado Leigo", participou dos vários movimentos pela manutenção do Pensamento Livre, sob a ação da Coligação Nacional. Em 1943, publicou precioso opúsculo sob o título "Ensaio Sobre a Reencarnação" (recentemente relançado pelo Grupo Espírita Djalma Farias), desenvolvendo esse complexo quanto importante tema, com o poder de uma clarividência de Mestre.
Reconhecendo-lhe os méritos como cidadão e espírita, duas ruas existem em Pernambuco (na Capital e na cidade de Moreno) com o seu nome, assim como dois Centros Espíritas o têm como patrono e orientador espiritual, fazendo-lhe referência expressa em suas denominações (Grupo Espírita Djalma Farias, em Recife, e Centro Espírita Nove de Outubro, em Moreno).
Djalma Farias foi um marco do Espiritismo em Pernambuco e seu nome e sua obra ultrapassam os limites do seu Estado. Em 6 de maio de 1950, em Recife, desencarnou, aos 49 anos de idade, o grande trabalhador da Seara de Jesus, abnegado divulgador do Espiritismo - Professor Djalma Montenegro de Farias.
Trechos da biografia de Djalma Montenegro de Farias, extraídos dos livros
"Memória do Espiritismo em Pernambuco", de Marlene Gonçalves Pereira, editado pela Nova Esperança Editora,
e "Grandes
Espíritas do Brasil", de Zeus Wantuil, editado
pela Federação Espírita Brasileira
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