Ano Novo – Vida Nova??
Humberto Alves Mendes
Falando de trabalho, daquele trabalho que é a nossa vida profissional, de onde tiramos o “pão nosso de cada dia”, entendemos que é desnecessário continuar fazendo uso desta famosa, porém desgatada frase, que utilizamos, muito mais para fazer promessas e para justificar alguma coisa que não conseguimos realizar:
“Ano Novo Vida Nova, de agora em diante, ou a partir deste ano, tudo vai ser diferente. Vou melhorar nisso e naquilo, prometo que vou fazer isso e fazer aquilo...”
Meus amigos, fazer promessas é muito fácil. Difícil mesmo é cumpri-las.
Como não cabe a nenhum de nós, formular qualquer julgamento com relação às promessas dos outros, sugiro que julguemos as nossas:
Será que estamos cumprindo com tudo o que prometemos?
Não. Claro que não estamos. Porque nós sempre prometemos, seja para nós mesmos, seja para os outros, muito mais do que a nossa capacidade de cumprir. É assim, porque a teoria, na prática é outra. E o pior é que só vamos perceber essa falha, muito tempo depois.
A frase ano novo vida nova, poderia ser usada apenas como elemento de ilustração, ou simples figura de retórica, já que, em questão de trabalho, não é o fato de ser um novo ano, um novo período ou calendário que está começando, que vai nos levar a trabalhar mais, ou a trabalhar menos. A grande verdade é que, desde o momento em que encarnamos aqui na esfera terrestre, já trazemos o compromisso de trabalhar e muito, pela nossa evolução como espíritos encarnados e pelo desenvolvimento da humanidade como um todo.
Em nosso Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV item 7, tem um pequeno trecho que diz o seguinte: “Deus criou o homem sem roupas e sem casa, mas deu-lhe a inteligência para produzi-las” e segue nos mostrando a grande importância e necessidade do trabalho: “busca e acharás...” “Ajuda-te o céu te ajudará...”
Já o Livro dos Espíritos, da questão 674 até a 685, que versam sobre a Lei do Trabalho, esclarece que esta é uma Lei da Natureza, intimamente ligada à Lei do Progresso e de como precisamos aprender a lidar com ambas.
O estudo acurado dessas duas importantes leis da natureza nos indica o quanto elas tem de verdades universais e absolutas. E por isso, como bons espíritas, que precisamos ser, temos o compromisso de fazer com que o nosso trabalho, qualquer que seja ele, tenha sempre um fim útil, para nós mesmos e para o nosso próximo.
E como será possível alcançarmos esse objetivo?
Aplicando em tudo o que fizermos, uma boa quantidade de amor, de caridade, de perseverança, de afabilidade, de doçura, de paciência, com tudo e com todos, ter seriedade e não perder a ternura, principalmente para com o mais novos e com aqueles a quem nos cabe a tarefa de ensinar, orientar e dirigir. (nós sabemos que enquanto estamos ensinando alguma coisa, estamos também aprendendo). Buscando trocar nossa arrogância por humildade e sendo tolerantes também conosco: respeitando os nossos limites e nossas forças, porque de nada adianta, amealhar apenas valores financeiros, em detrimento dos nossos valores físicos e morais, o que, por conseqüência, acaba se transformando em sacrifício do nosso bem estar e de nossos entes queridos.
Se tomarmos cuidado com o cumprimento das promessas que fazemos, se colocarmos um pouco mais de amor no nosso trabalho, com certeza poderemos esperar melhores resultados e começar a cumprir os compromissos que assumimos em mais uma existência.
Finalmente caros amigos, esta é outra verdade universal. Amor não tem contra indicações. Nem efeitos colaterais.
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